Por gentileza de
Fernando Furtado Barreiros, chegou-nos uma carta escrita por seu avô,
Júlio José Barreiros, na qualidade de Presidente da Paróquia do
Pombalinho e dirigida ao Administrador do Concelho de Santarém no ano de 1911.
Exm°. Cidadão Administrador do Concelho de Santarém
Devo informar V. Ex3 que a Junta de Parochia do Pombalinho
não pode continuar a exercer o seu lugar por estar ilegalmente constituída.
Júlio José Barreiros, Manuel José
Barreiros, Manuel Cypriano Barreiros e Augusto Rodrigues Cotta
têm entre si parentescos em grau que lhe fica proibido pelo Art. 10°. do Código
Administrativo em vigor o administrar juntos em qualquer corporação. No mesmo
caso se encontram Júlio da Silva Freire com Manuel José Rodrigues. Em face das
lei deveriam ser preferidos para exercer os logares desta corporação os
Cidadãos Manuel Cypriano Barreiros, Augusto Rodrigues Cotta e Manuel José
Rodrigues, todos doentes e com motivo para escusa (Ar°. 8, N°. 2 do mesmo código) e mais Manoel Ignácio da Silva, Manuel
Martinho Gameiro e António
Albano da Silva Nunes substitutos, mas os únicos aptos (perante a lei) para
dentro da actual Junta exercerem o seu mandato.
Por tudo o que informo V. Exa.
e mais ainda porque moralmente não posso admitir que estando há
tanto tempo n'este lugar, embora tenha trabalhado quanto me tem sido possível
para adquirir para a minha administrada o que de justiça lhe pertence, nada
tenha conseguido, venho mui respeitosamente
pedir a V. Exª. que se digne fazer chegar às mãos do Ex°. Snr.
Governador Civil do Distrito de Santarém o requerimento
junto. Pombalinho, 25 de
Janeiro de 1911.
O Presidente da Junta de Parochia do Pombalinho
Júlio José Barreiros