Antigamente nas escolas primárias realizavam-se as chamadas provas escritas de aproveitamento. Serviam para os professores avaliarem os desempenhos dos alunos nos períodos escolares que os antecediam e simultaneamente, porventura por razões pedagógicas, incutir nos jovens educandos um grau de exigência que de muita utilidade viria a servir em níveis escolares superiores.
As memórias que temos desses acontecimentos escolares, propicia obviamente, uma viagem a tempos já um pouco longínquos, mas recordá-los em ”deliciosos” pormenores, transmite-nos uma inexplicável saudade que jamais poderíamos imaginar neste tipo de lembranças.
E alguns deles, dessas pequenas coisas que em tempos pouca importância atribuíramos, passavam por exemplo, pela compra da folha onde se fazia a prova! Quem não se recorda dessa inesquecível folha dupla de trinta e cinco linhas que comprávamos na antiga Casa Farol ? E aquela dobra longitudinal de cinco centímetros de largura que fazíamos com todo o cuidado para criarmos uma margem de referencia ao alinhamento da escrita? E a alegria que sentíamos quando aquele Bom (ou na melhor das hipóteses um MBom) escrito a vermelho no topo do exercício, era atribuído pela professora como resultado de todo o nosso esforço e dedicação? Bem, é todo um nunca mais acabar de sensações que justifica bem recordarmos a visualização de uma dessas provas de 1967 que Teresa Cruz, ao encontrar no baú das suas recordações, o classificou muito justamente desta maneira: “ ... Afinal, um papel sem aparente importância mas que veio a ser determinante no meu percurso académico e profissional" .
A
primeira folha servia para a identificação do aluno, do professor, da escola, e
nalguns casos, como neste, também para início da prova de caligrafia.
Depois chegava a vez do ditado, da redacção e iniciava-se a prova
de aritmética...
...
que iria terminar na folha seguinte com exercícios que contemplavam as quatro
operações algébricas.