22 novembro 2010

Ponte de Fernão Leite III





A ponte de Fernão Leite está indubitávelmente ligada, históricamente, ao Pombalinho! Sem a existência desta infraestrutura, a vida colectiva dos pombalinhenses e de quem por ali passasse com destino a outras localidades, tornar-se-ia concerteza muito mais difícil. Os tempos que deram razão a quem nela pensou como forma de ligação entre as duas margens, eram naturalmente diferentes! A "nossa" alverca tinha níveis consideráveis de água práticamente durante todo o ano! A sua bacia fluvial permitia regar searas de zonas envolventes e até a prática da pesca era uma actividade apelativa a quem dela gostasse! Por isso, a "ponte de pau", como também era conhecida pelo seu tabuleiro ser construído de resistentes pranchas de madeira, era essencial na passagem de bens e pessoas sobre a alverca, nesta zona da EN365.

A ponte de Fernão Leite foi construída por Francisco Pedro Carvalho, avô materno de José Braz Barrão. Tomou-a de empreitada em conjunto com a reparação da estrada adjacente, a fim de facilitar o acesso a Alviela onde possuía um forno de produção de telhas e tijolos. Com o eclodir da 1ª Grande Guerra todos os preços subiram descontroladamente, fazendo com que o valor acordado da empreitada ficasse rápidamente ultrapassado. Mesmo assim, Francisco Pedro Carvalho terminou a obra, suportando à sua custa o ónus suplementar da empreitada.

Por gentileza de José António de Menezes, publicamos esta excelente fotografia de seu pai, Joaquim Pedro Menezes , a passar a ponte de Fernão Leite a cavalo no ano de 1949! Ilustra bem a propósito, as virtualidades que teve a sua utilização, mas permite-nos também relembrar o quanto a sua existência contribuía para uma beleza paisagística, infelizmente já desaparecida dos tempos de hoje!


Colaboração fotográfica - José António de Menezes




13 comentários:

Guilherme Afonso disse...

Caro Manuel Gomes, que seja do meu conhecimento, “ponte-de-pau” chamavam os pombalinhenses a uma pequena ponte que se situava, sobre um ribeiro (talvez mais propriamente uma vala de drenagem), quando se ia do Pombalinho para a passagem de nível que ficava próxima da Quinta da Melhorada. Era constituída por apenas um pequeno arco de pedra, creio que de estilo romano, o que poderá alguma coisa significar quanto à sua antiguidade Passei por ela muitas vezes, algumas delas me perguntando: se esta ponte é de pedra, porque se lhe chamará ponte-de-pau? Será que já desapareceu?
Por outro lado, não me lembro de alguma vez ter ouvido chamar ponte-de-pau à ponte Fernão Leite. Será que isso mudou depois de eu ter deixado de andar por esses lugares?
Um abraço.
Guilherme Afonso

Anónimo disse...

Amigo Manuel Gomes, não me ocorreu dizer, no meu anterior comentário, que lá mais para trás também não era por “ponte de Fernão Leite” que aquela ponte era conhecida, mas sim por “ponte d’Alverca “. Não tenho dúvidas que nunca no meu tempo lhe chamei ou ouvi chamar “ponte de Fernão Leite”, mas sim, e sempre, “ponte d’Alverca”. O que não quer dizer, naturalmente, que o seu nome não seja esse nos registos das obras públicas. Desculpe a insistência.
Guilherme Afonso

MGomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MGomes disse...

Caro Amigo, Guilherme Afonso!

Começo talvez pelo seu segundo comentário! Como deve de calcular, aceito sem quaisquer reservas o nome de ponte D'Alverca, como sendo o que mais frequentemente as gentes do Pombalinho chamavam à "nossa" ponte"! No meu tempo também assim o era e presumo que ainda o seja, apesar do seu estado ruinoso em que se encontra! Mas por vezes para a diferenciar de outras pontes que haviam noutros locais, nomeadamente na Alverca Grande, era normal recorrermos ao nome de ponte de Fernão Leite. E nesta "cruzada" de tentar corresponder históricamente ao que de mais correcto possa ser a história do Pombalinho, nem sempre o que escrevemos é o mais consensual!Corremos esse risco, como compreenderá! Neste caso aceito claramente as duas versões! Mas tendo em consideração que a de "Fernão Leite" consta em registos antigos, nomeadamente num referente aos festejos de 1919 que aqui publicamos em 09 de Setembro de 2008, optei por esta designação. E para ficarmos empatados..., também lhe peço desculpa! E para lhe confessar que o nome de ponte de Fernão Leite lhe "cai" muito melhor (à infraestrutura claro!)..., que o outro!!!!

Quanto à "ponte de pau"! Era este o nome que eu também ouvia! Talvez para para a caricaturar devido ao desleixo no que diz respeito á deficiente manutenção do seu tabuleiro pelas autoridades competentes, o que como sabe era composto de pranchas de madeira! De facto, havia alturas em que se tornava perigoso passar pela ponte, tal o seu estado de degradação...!!! As pranchas mal ligadas e algumas delas até partidas constituiam uma verdadeira aventura para quem por elas passasse...! Daí talvez a atribuição de pau ao seu nome!!!


Sem mais, um grande abraço e... volte sempre!

Abraço

23 Novembro, 2010

Guilherme Afonso disse...

Caro Amigo Manuel Gomes
Eu não contestei que a ponte a que nos vimos referindo seja chamada de "Ponte de Fernão Leite~. O que contestei foi que ela seja chamada de "Pote de Pau", por ter conhecido outra a que dávamos esse nome. Mas a mim próprio me parece não ter sido muito claro no segundo comentário.
Mas o motivo deste comentário é outro: a muito rudimentar ponte que existia (ainda existirá?) na Alverca Grande, à qual se refere no seu comentário. Por sinal, fotografei essa ponte em 1964 e é com muito gosto que lhe vou enviar, por e-mail, uma cópia dessa fotografia. Se lhe parecer haver algum interesse em metê-la num blog, já sabe que tem carta- branca.
Um grande abraço.
Guilherme Afonso

templario disse...

Já há muito que não visitava O POMBALINHO. Fi-lo hoje, demorei-me cerca de 20 minutos e o mesmo gosto na leitura de alguns posts e vêr excelentes fotos que contam estórias da comunidade.

Um abraço à equipa do Pombalinho.

MGomes disse...

Obrigado, Caro Templário, por mais esta sua simpática visita!
Disponha sempre deste caminho de memórias "pombalinhenses".!

Um abraço tb para si!
Manuel Gomes

Vitor Reis disse...

Caros amigos, Manuel e Guilherme Afonso, aproveito para confirmar uma coisa e rectificar outra.
1º-Lembro-me da designação de ponte de pau á ponte da Alverca, porque efectivamente a ponte era de pau e por isso diferente da do Alviela , que é de alvenaria, serviam ambas a estrada 265, creio ser esta a identificação.

2º-A ponte que se situa na alverca grande, feita artesanalmente, no meu tempo era conhecida pela ponte do "Estreito".

3º-Creio que o amigo Guilherme ao referir-se á tal ponte de drenagem na Melhorada, por onde passa o comboio, não se chame de Ponte de pau, mas sim ponte da Panela.
Espero ter contribuido para aclarar memórias esquecidas.
Grande abraço aos dois.
Vitor Reis,

Guilherme Afonso disse...

Amigo Vitor Reis, agradeço a sua participação nestas nossas alusões históricas referentes ao nosso Pombalinho. Quanto à ponte sobre uma vala de drenagem que vinha dos lados da Quinta da Melhoorada e pela qual se passava a caminho da passagem de nível, não sei se foi pouco claro (acontece-nos) ao falar da ponte "por onde passa o comboio", ou se está a falar da abertura por baixo da linha,mesmo ao lado da passagem de nível. Não me recordo nada de uma ponte a que chamássemos "Ponte da Panela", mas admito perfeitamente que a memória esteja a pregar-me alguma partida. A ponte a que eu digo que chamávamos "Ponte de Pau" ficava a cerca de 200 metros
da linha. Estaremos a falar da mesma ponte? Para minha elucidação. muito grato ficarei pelo seu esclarecimento.
Um abraço.
Guilherme Afonso

Vitor Reis disse...

Amigo Guilherme Afonso, de facto estava a referir-me á abertura ao lado da passagem de nivel, cujo nome era conhecida como "passagem de nivel da ponte da panela". A outra ponte de que o meu amigo fala, denominada de ponte de pau, distante uns duzentos metros, confesso, nunca ouvi falar, nem tão pouco me lembro dela. Provavelmente, deixou de existir, com a modernizaçao da ferrovia há muitos anos, daí, eu a desconhecer.
Grande abraço.
Vitor Reis

Guilherme Afonso disse...

Amigo Vitor Reis
Muito obrigado pela sua resposta. O mais certo é essa tal ponte sobre a vala de drenagem que ali existia ter desaparecido. E a vala de drenagem sobre a qual essa ponte dava passagem? Nos tempos em que eu andei muito aí por esses campos, havia por lá várias valas de drenagem, talvez para esquamento, principalmete, das águs das cheias. E por isso, também várias pontes. Estou a lembrar-me de mais duas pequenas pontes que existiam sobre a mesma vala (uma vala que não sei até se não seria a mesma de que venho falando,mas que era capaz de ser e que dava uma grande curva na direcção da Estalagem do Pocinho, virando, antes de lá chegar, para os lados do Outeiro. A primeira dessas pontes dava precisamente acesso ao Outeiro, para quem ia do Pombalinho. Não me lembro que nome se lhe dava. A outra dava acesso à eira que havia ali perto e era chamada de "Ponte da Baronesa". A eira era também, por essas alturas, chamada a eira da Baronesa, porque todos aqueles terrenos ali à volta, incluindo o Outeiro, eram da Baronesa de Almeirim.
Desculpe lá a dissertação,Amigo Vitor Reis, mas tenho um fraco pela rememoração destas coisas.
Um grande abraço.
Guilherme Afonso


Um grande abraço

Anónimo disse...

Bom dia a todos vou esclarecê-los mais um pouco, sou mais nova, mas toda a vida ouvi dizer que a "Ponte da Panela" como é conhecida e porque habito em Vale de Figueira, situa-se na estrada principal entre Vale de Figueira e S. Vicente do Paúl e onde passa o comboio por baixo, a outra perto da Quinta da Melhorada segundo parece é a da "Barca Alagada" perto da passagem de nível dos caracóis. Cumprimentos a todos os participantes desta troca de conhecimentos. Luísa Sacola

Helder Francisco disse...

Excelente FOTO!!