31 março 2015

Entrada de Cavalos no Pombalinho !


Do nosso conterrâneo António Carlos de Menezes recebi há dias um mail que, segundo suas próprias palavras,  foi motivado por uma aguarela da autoria de Serrão de Faria. É um interessante mail que tendo  o Pombalinho como referência central, tem igualmente nas cheias e na sua Igreja Paroquial menções históricas de tal modo importantes, que não podemos deixar de as considerar neste espaço  de forma a contribuirem para uma melhor compreensão da história da nossa terra. Por ser assim,  entendi  por bem publicá-lo, depois de solicitada e gentilmente aceite a devida permissão ao nosso conhecido Pombalinhense.


Sabemos que tanto a aguarela de Serrão de Faria como a fotografia de António de Menezes, a que  António Carlos de Menezes se refere no seu mail,  já foram publicadas neste blog e noutros de carácter temático  relacionados com o Pombalinho. No entanto e apesar disso,  ao considerar oportuno esta nova publicação,  anexamos  os dois registos, fotografia e aguarela,  a  este importante e esclarecedor texto que o nosso conterrâneo António Carlos de Menezes simpaticamente me endereçou via mail.   




"Bom dia Manuel Gomes

Antes de mais quero felicitá-lo pelo seu blog sobre o Pombalinho. Certamente que não me conhece, nem eu a si, no entanto ambos somos Pombalinhenses! Pertencemos a gerações diferentes e a diáspora dos Pombalinhenses explicam esse facto. Quero contactá- lo pelo facto de ter incluído no seu blog uma aguarela da autoria do pintor Serrão de Faria, nosso vizinho Azinhaguense, de que sou possuidor. Trata- se de um tema inspirado numa fotografia de autoria de meu Pai e que tem um pormenor já referido no "chat" do seu blog e que tem a ver com a ausência de relógio na Igreja. Esse aspecto já antes me havia sido referido por alguém da época dessa enorme cheia, o qual me deu uma preciosa informação, ao ver a foto referida, a qual teria sido obtida antes ou por altura, de 1938 ou 39, época em que foi instalado essa "extraordinária melhoria" para a população do Pombalinho. 
 Queria ainda fazer uma referência sobre uma impossibilidade que o quadro retrata, aliás obviamente ausente da foto inspiradora e que é a presença de uma manada de éguas, vindas da Rua de Baixo/ Campo. A quota das águas mostrada na foto/ aguarela, tornava absolutamente impossível aquele " resgate" de animais do campo. Penso que todos os Pombalinhenses concordarão com este reparo. Não se trata de um erro inconsciente do autor, mas como me esclareceu, quis pôr naquela sua obra uma indelével marca da sua autoria , que são básicamente os cavalos. 
Era isto que desejava esclarecer, contribuindo de alguma maneira para o estabelecimento da idade do relógio da nossa Igreja.


Com os meus cumprimentos e desejos de continuação deste magnífico trabalho


António Carlos de Menezes"




Nota - Sublinhados da responsabilidade do autor deste blog

22 março 2015

Casamentos XIX!


Casamento de Beatriz da Silva Duarte com António Rufino dos Santos.




A noiva, Beatriz Duarte, de braço dado com seu pai Joaquim Duarte, a poucos metros de entrar na Igreja Paroquial do Pombalinho.






Os noivos, António Rufino e Beatriz Duarte, durante a cerimónia religiosa que foi celebrada  pelo Padre Lage.





A tradicional fotografia de consagração de mais um noivado  realizado no Pombalinho em 03 de Março de 1979. 




Colaboração fotográfica de Beatriz Duarte e António Rufino






02 março 2015

Escrituras da Estalagem do Pocinho






A Estalagem do Pocinho, situada na antiga Estrada Real que passa no Pombalinho, foi um dos lugares estrategicos mais utilizados por quem se deslocava entre Lisboa e Coimbra, nos dois sentidos. Naturalmente por esse facto, alguns acontecimentos históricos ligados à Estalagem serem ainda do conhecimento público, apesar de pouco lembrados ou mesmo esquecidos  de eventuais enquadramentos históricos que a região merecia. Dos mais  conhecidos  é de referenciar  a presença das tropas invasoras francesas  de Junot e Massena que na passagem pela Estalagem do Pocinho ali estiveram paradas para matar a sede durante a caminhada em direcção a Santarém. Também o rei    D. Miguel  , grande aficionado tauromáquico, neste lugar historico pernoitou para assistir a touradas realizadas nesta zona ribatejana ou a propósito das  suas deslocações  a  Coimbra . 

Vários foram os proprietários da Estalagem ao longo dos tempos, tendo sido um deles o Barão de Almeirim que adquiriu o edifício e respectivas zonas envolventes no ano de 1858. A este propósito, porque sabendo do meu interesse por assuntos relacionados com o Pombalinho, fui contactado por Henrique Ferra, penso que natural de Alcanhões e igualmente interessado na pesquisa e estudo desta nossa vizinha terra ribatejana. Dos mails que me enviou achei por bem  a  um deles recorrer,  para efeitos de publicação  neste "post",  porque foi a partir de informação nele referenciado que foi possível chegarmos a documentos importantes sobre a nossa bem conhecida Estalagem do Pocinho e assim criarmos  mais uma página da História do Pombalinho. 



Caro Senhor Manuel Gomes

Conheço o seu trabalho sobre o Pombalinho já há alguns anos. Dou-lhe os meus parabéns.
Acontece que também fiz umas pesquisas sobre a freguesia de Alcanhões, próxima do Pombalinho, há já largos anos, que durante meses foi publicada no Correio do Ribatejo. Ora quando fiz essas pesquisas, na Torre do Tombo, sempre que me apareciam elementos sobre freguesias vizinhas de Alcanhões eu tomava nota delas. Caso por exemplo da familia Infante da Camâra, de Vale de Figueira, e também do Pombalinho, que aliás conheço minimamente, desde longa data. 
Há pouco tempo, revendo os meus documentos, encontrei umas referências que julgo lhe possam interessar. São sobre os Infantes da Camâra de que fala e da antiga Estalagem do Pocinho.
Por julgar que possam ter algum interesse para si, tomo a liberdade de lhas enviar.
As dos Infante da Camâra, são dos assentos paroquiais de São Vicente do Paul. Quanto às da Estalagem, são de escrituras de tabeliães de Santarém.



Sem mais, os meus cumprimentos. 







A partir destes elementos, coube ao Bruno Cruz e ao seu reconhecido entusiasmo que sempre aplica nestas coisas que tenham a ver com a nossa terra, propiciar a publicação de  mais duas pequenas pérolas da História do Pombalinho. Fruto  de aturada pesquisa no Arquivo Distrital de Santarém, são do conhecimento público, a partir de hoje,  duas escrituras de compra e venda da Estalagem do Pocinho  dos anos de  1858  e 1899.






Nesta primeira escritura aqui apresentada, feita em 26 de Maio de 1858, os protagonistas da transação comercial foram o  Barão de Almeirim e o Padre da Azinhaga,  António Simão Nunes.







Na segunda escritura, feita em 10 de Novembro de 1899, o  comprador foi António da Conceição Madeira, natural  da Fonte Santa, São Vicente do Paúl  e  o vendedor foi Lino António da Silva de Lisboa.





Fonte da primeira escritura:   Arquivo Distrital de Santarém , fundo notarial de Santarém - Livro 38 de 1858 - 1ºArquivo-tabelião - José Miguel Dias


Fonte da segunda escritura:   Arquivo Distrital de Santarém ,  fundo notarial de Santarém - Livro 197 de 1899 - 4ºArquivo-tabelião - Gervásio Rosa.


Nota - O autor deste blog agradece reconhecidamente  ao Arquivo Distrital de Santarém o serviço amavelmente prestado nesta pesquisa sobre os documentos publicados. Um bem haja aos funcionários que nela estiveram envolvidos !





Para visualização completa dos documentos,  clicar  em   Pombalinho Documental