Do nosso conterrâneo António Carlos de Menezes recebi há dias um
mail que, segundo suas próprias palavras, foi motivado por uma aguarela
da autoria de Serrão de Faria. É um interessante mail que tendo o
Pombalinho como referência central, tem igualmente nas cheias e na sua Igreja
Paroquial menções históricas de tal modo importantes, que não podemos deixar de
as considerar neste espaço de forma a contribuirem para uma melhor
compreensão da história da nossa terra. Por ser assim, entendi por
bem publicá-lo, depois de solicitada e gentilmente aceite a devida permissão ao
nosso conhecido Pombalinhense.
Sabemos que tanto a aguarela de Serrão de Faria
como a fotografia de António de Menezes, a que António Carlos de Menezes
se refere no seu mail, já foram publicadas neste blog e noutros de
carácter temático relacionados com o Pombalinho. No entanto e apesar
disso, ao considerar oportuno esta nova publicação, anexamos
os dois registos, fotografia e aguarela, a este importante e
esclarecedor texto que o nosso conterrâneo António Carlos de Menezes
simpaticamente me endereçou via mail.
"Bom dia Manuel Gomes
Antes de mais quero felicitá-lo pelo seu blog
sobre o Pombalinho. Certamente que não me conhece, nem eu a si, no entanto
ambos somos Pombalinhenses! Pertencemos a gerações diferentes e a diáspora dos
Pombalinhenses explicam esse facto. Quero contactá- lo pelo facto de ter
incluído no seu blog uma aguarela da autoria do pintor Serrão de Faria, nosso
vizinho Azinhaguense, de que sou possuidor. Trata- se de um tema inspirado numa
fotografia de autoria de meu Pai e que tem um pormenor já referido no "chat"
do seu blog e que tem a ver com a ausência de relógio na Igreja. Esse
aspecto já antes me havia sido referido por alguém da época dessa enorme cheia,
o qual me deu uma preciosa informação, ao ver a foto referida, a qual teria
sido obtida antes ou por altura, de 1938 ou 39, época em que foi instalado essa
"extraordinária melhoria" para a população do Pombalinho.
Queria ainda fazer uma referência sobre
uma impossibilidade que o
quadro retrata, aliás obviamente ausente da foto inspiradora e que é a presença
de uma manada de éguas, vindas da Rua de Baixo/ Campo. A quota das águas
mostrada na foto/ aguarela, tornava absolutamente impossível aquele "
resgate" de animais do campo. Penso que todos os Pombalinhenses
concordarão com este reparo. Não se trata de um erro inconsciente do autor, mas
como me esclareceu, quis pôr naquela sua obra uma indelével marca da sua autoria , que são básicamente os
cavalos.
Era isto que desejava esclarecer, contribuindo de alguma
maneira para o estabelecimento da idade do relógio da nossa Igreja.
Com os meus
cumprimentos e desejos de continuação deste magnífico trabalho
António Carlos de
Menezes"
Nota - Sublinhados da responsabilidade do autor deste blog