Já aqui neste espaço
nos referimos à importância que a Ponte Fernão Leite teve na vida dos Pombalinhenses, servindo não só
como passagem entre as duas margens da Alverca grande mas também no
aproveitamento da sua zona envolvente para festejos anuais que se realizaram no
Pombalinho em Julho de
1919 . Nos últimos anos da sua existência serviu
igualmente de pretexto a passeios domingueiros
para muitos dos jovens que por ali preenchiam algum do tempo que dispunham de
lazer e divertimento.
A publicação da
fotografia que hoje aqui fazemos tem mais uma vez a inestimável participação de
Fernando Furtado Barreiros. A propósito desta sua prestável colaboração, nunca
será demais referir que esta página adquire um nível histórico de
publicação sobre factos e gentes da nossa terra, notável. Jamais o teria
conseguido se este "feliz
encontro" não tivesse acontecido por intermédio do nosso
amigo Joaquim Mateiro. Na verdade sem estes pequenos tesouros da história
do Pombalinho, era-nos de todo impossível preencher de forma tão enriquecedora
este espaço sobre o caminho histórico do nosso Pombalinho.
Mas voltando à
fotografia que se crê ser de 1911, segundo palavras do próprio Fernando
Barreiros, nela ficaram registados o seu avô Júlio José Barreiros e seu pai
Júlio Câmara Barreiros, então com 5 anos de idade. A leitura que nos é possível
fazer desta invulgar imagem da Ponte de Fernão Leite, é que pelo estado de
conservação dos pilares de assentamento do tabuleiro, poderemos concluir, não
se tratar da sua construção original mas sim do resultado de uma acção
destruidora a que foi sujeita, proveniente talvez de uma cheia com
características devastadoras que por ali passou. Esta tese pode ser reforçada
com a leitura de um texto da “Empreza da História de Portugal” que publicamos
a 20
Março de 2007 e no qual se lê num determinado parágrafo que, “No sítio da Alverca ainda se
podem ver os restos d’uma ponte que ali houve para serventia dos povos de
Pombalinho e Reguengo, quando a cheia era grande. Esta ponte ainda hoje seria
de reconhecida vantagem, e a respectiva câmara bem poderia sem grande
sacrifício reconstruí-la, pois qualquer das citadas povoações contribui
fartamente para as receitas municipaes.”
Paradoxalmente ou não e passados que foram cerca de cem anos,
continuamos sentimentalmente a clamar pela sua reconstrução, como tive
oportunidade de fazê-lo em consequência de uma passagem mais atenciosa que lhe
fiz no passado 27
de Abril de 2008 !
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